Celebração e Confraternização da VRC –
Regional Cuiabá/MT
“O segredo da vida consagrada está
na fidelidade e na perseverança”. Esta é a afirmação do presidente da Comissão
Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, Dom
Pedro Brito Guimarães, na mensagem por ocasião do dia da Vida Religiosa
Consagrada (terceiro domingo do mês vocacional) em todo o Brasil.
Com todos esses gestos e sinais do amor de Deus por nós, louvemos e
agradecemos, neste ano dedicado a Vida Consagrada.
A confraternização continuou com o almoço, jogamos, cantamos e nos
divertimos muito nesse dia de Graça. Ir. Carolina de França, mscs e Ir. Zita
Morandi, mscs.
TESTEMUNHO VOCACIONAL E MISSIONÁRIO DE
IR. ANA PAULA ROCHA
Sou Irmã Ana Paula F. da Rocha, natural de Icaraíma, PR, Brasil. Quando criança, fiz minha primeira experiência migratória a Ji-Paraná, RO. Sou filha de Antônio e Ana, irmã de 4 irmãos, tia de 7 sobrinhos e concidadã do mundo. Desde criança, sentia uma forte atração pela vida consagrada missionária e através dos meus pais, recebi a formação cristã e a inserção a uma comunidade eclesial. Aos 14 anos, ao receber o sacramento da Crisma, sentia que confirmava na minha história a vocação a vida consagrada. Era como se Deus tocasse a minha história fazendo experimentar o seu amor e me chamava a anunciar esta experiência profunda. Com ajuda de Padre Alceu Bernardi, cs, ingressei com as Irmãs Scalabrinianas naquele mesmo ano em Ji-Paraná/RO.
Exerci várias missões como: estudante, atividades paroquias, missão
direta com os migrantes nas periferias, nas usinas, em centros de acolhimento,
nas atividades da Pastoral da Juventude em paróquias e dioceses, na
participação em governo provincial, na formação das jovens na etapa do
noviciado e atualmente na coordenação do projeto congregacional do juniorato.
Entre muitas oportunidades formativas, destaco também os momentos mais
difíceis, de crises profundas, de limites físicos, de impotência na missão, de
incompreensão da própria vocação. Porém, tenho sempre experimentado uma
serenidade interna e confirmação de que Deus fala através da minha fragilidade
humana.
Desde o início da formação, aprendi que a vida comunitária é um sinal da
Trindade na história. Sendo Deus uma comunhão de pessoas, assim deveria também
viver na relação com a minha coirmã.
Outro ensinamento que a vida comunitária é o primeiro apostolado de uma
consagrada, isto é, na beleza e nos limites da minha irmã que se realiza o
ensinamento e o estilo de vida de Jesus. É ele o mestre e o modelo, faço parte
da comunidade, mas não sou o centro da vida e das decisões desta vida
comum. Assim também é com o povo na
missão, e na comunidade eclesial, que a consagrada vive o seu chamado e o povo
é aquele que forma uma consagrada. O meu empenho de viver a radicalidade da
consagração no compromisso comunitário e apostólico se tornam para os outros
uma apresentação vivente daquilo que é a Igreja, na intenção do mestre e
Senhor.
Para mim o segredo de não deixar morrer uma vocação é não reservar nada
para si, sobretudo, quando sentimos que o óleo está se consumindo. Quanto mais
sou capaz de doar, mais recebo em graças. Com sentimento de gratidão, vivo as
palavras do Papa Francisco neste ano dedicado a Vida Consagrada “olhar com gratidão
o passado, viver o presente com paixão e abraçar com esperança o futuro”.
Concretamente, agradeço de estar em Roma e participar de muitas
iniciativas deste ano, por outro, seria estimulante dar espaço a nós mesmos de
buscar muitas iniciativas novas com percursos e modalidades que deram vida a
muitas novas formas de viver a vida consagrada no mundo para ajudar-nos a sair
das lamentações estéreis e vazias, dando espaço para reconhecer as tentativas
que podem oferecer novas perspectivas e nos tornarmos atrativas para aqueles
que querem colocar a própria vida para o Reino. Este seria o meu e nosso maior
testemunho neste ano de vida consagrada. Deo Gratias! Ir. Ana Paula Rocha, mscs. Acilia, Rm, Itália.
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Procuro viver bem
minha Consagração Religiosa. Buscando fazer minha missão dentro da comunidade e
sendo presença para minhas coirmãs. Tento viver mais o convívio e a oração como
missão concreta Scalabriniana.
Meu caminho espiritual colabora no meu agir e no meu ser a participação
nos sacramentos, principalmente a Eucaristia diária, confissão e a oração
pessoal me ajuda a ter consciência de que necessito fazer de minha consagração
religiosa um modo de viver para Deus e isso me da força para viver melhor meu dia
a dia, mesmo na dor e nos desafios.
Busco aprofundar a vivencia comunitária na relação com outros
membros da comunidade e na missão de cada dia, amando e vivendo o bem querer
com as irmãs de minha comunidade auxiliando nos trabalho internos com alegria e
desenvolvendo minha missão junto a comunidade e com as irmãs em tratamento de
saúde. Procuro estar bem com todas para poder estar bem comigo mesma. Hoje vivo
a missionariedade na vida de oração, rezo pelas nossas irmãs que estão na
missão. Ir. Ester Chini,
mscs.
Vivo minha
Consagração Religiosa com consciência de vivê-la bem e concreta. Na situação e
diante de minha cadeira de rodas, estou contente em fazer minha missão com a
oração para todos os que estão necessitando. Coloco sentido de consagração na
dor e na oração.
Busco aprofundar o modo de vivencia comunitária na relação
com outros membros da comunidade e na missão, através da leitura, orações
pessoais, conversa e procuro compreender as situações que me rodeiam, aceitando
minha condição no momento. No meu agir com orações e sacrifícios. Ir. Adelina Lora, mscs.
Quem conheceu Ir. Júlia não pode deixar de ler seu breve relato de VRC.
Tento viver a experiência de Deus no dia a dia.
Sempre procuro ser audaciosa, criativa na vida do meu ser e
agir como missionária Scalabriniana.
O meu modo de vivência comunitária e missão procuro me
inspirar nos documentos da Igreja e da Palavra de Deus.
Sempre me instruindo nos documentos fontais, que me trazem
clareza para a vida religiosa. Ir. Julia Villa, mscs.
Ir. Irma Caser, grande espírito Missionário!
Sou agradecida ao Pai do céu, por ter voltado seu olhar e
ter-me chamado à vida Religiosa Scalabriniana.
De inicio, foi até fácil, percebo, hoje, que caminhar
seguindo Jesus, muitíssimas vezes, não consigo, vagueio muito na teoria.
Procuro sempre, que tomo consciência da Palavra de Deus,
acolher, relacionar-me melhor, perdoar, em síntese: ver Jesus e tratar o outro
como Jesus faria. Sinto-me longe deste lindo ideal.
Estou convencida de que a minha, a nossa consagração
religiosa só pode prosseguir, valorizando e revendo a Palavra de Deus, escutando-a
colocando-a na vivência. Mas eu tenho um longo caminho a percorrer. Ir. Irma Caser, mscs.
“DEUS ME FEZ CAPAZ DE AMAR COMO ELE AMA.”
O objetivo do curso foi, “Renovar e fortalecer a
identidade da Irmã MSCS através do conhecimento das fontes Congregacionais e o
aprofundamento da Espiritualidade Scalabriniana, para que ela possa responder
com alegria e fidelidade criativa às exigências do serviço evangélico e
missionário aos migrantes”.
Os conteúdos estudados me proporcionaram um
aprofundamento e consequentemente um novo aprendizado, o qual me impulsiona
para ser e estar a serviço com o outro, a outra, o migrante...
Aliada ao conteúdo fiz-me peregrina para conhecer os
lugares por onde o fundador Beato João Batista Scalabrini, a Beata Madre
Assunta Marchetti, o Servo de Deus Padre José Marchetti e o Patrono São Carlos Borromeo, viveram e
sedimentaram sua fé no Deus da vida, peregrino com aqueles que partiam na
ESPERANÇA.
Foi maravilhoso
descobrir a simplicidade, humildade e total entrega a Deus como missionários
corajosos que usaram todo o seu potencial criativo, para responder
adequadamente às necessidades de sua época. Homens e mulher de vida de oração
profunda e encarnada na realidade cotidiana que os levaram para outras margens.
São modelos singelos, para mim, diante dos grandes desafios da migração hoje.
“Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não
volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado e feito germinar as plantas,
sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha
boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha
vontade e cumprido sua missão. Is. 55,10-11”.
Devo salientar que a nossa convivência grupal foi de
acolhida, respeito, comunhão e partilha; rezamos, choramos e, sobretudo nos alegramos juntas...
Foi realmente um verdadeiro laboratório de fortalecimento da vida comunitária,
vocação e consagração!
Sei que tudo que vivi no Curso de formação, ajuda-me a
ser uma mulher, consagrada, scalabriniana seguindo os passos de Jesus
peregrino: Na escuta no sim, eis-me aqui, na acolhida e ações concreta em favor
do outro, dos migrantes...
Minha gratidão a Deus por este presente, bem como a
colaboração das coirmãs da Província Maria Mãe dos Migrantes e a Congregação
das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo Scalabrinianas!
Concluo entoando este canto:“Andiamo com gioia ad
annunciare al mondo/El nuovo cammino dell’umanitá/I popoli uniti in uma sola
famiglia/E’il sogno di Dio, non si fermerà/E’il regno di Dio, che in noi vive
già.” Ir. Maria Divina F. de Oliveira,
mscs.
No dia 18 de Abril de
2015, parti de Manaus-AM, rumo à Itália para o curso de formação permanente, me
surpreendeu a acolhida, abraços e hospitalidade completa da Irma Neusa de
Fátima Mariano, Superiora Geral, das Irmãs Conselheiras e da Comunidade: esta é
a nossa casa! Na capela tivemos um momento de oração, acolhida oficial e
orientações práticas sobre os dias de Peregrinação em Roma.
Tudo parte de uma
criatividade, com a bandeira do Centenário Congregacional hasteada a meio pau,
nas mãos, Ir. Etra Modica, coordenadora do Curso nos guiou durante uma semana
de peregrinação entre o Vaticano, Roma, Gruta Frasassi e Assis. O ritmo foi
(velloci, velloci). Visitamos diversas igrejas e museus, rezamos na Igreja onde
está a relíquia do coração de São Carlos e conhecemos a comunidade de Vila Alba
e a Comunidade do Juniorato Congregacional em Acilia, onde vivenciamos momentos
de partilha e confraternização. Participamos da audiência e do Ângelus com o
Papa Francisco na Praça São Pedro.
Em Piacenza, no dia 29
de abril, fomos acolhidas com muito carinho e solicitude por Ir. Milva Cavo,
Superiora Provincial e Conselheiras da Província São José e pelas Irmãs da
Comunidade Madre Lúcia.
Quanta alegria, mesmo
depois de seis anos recebendo as irmãs para o curso de formação permanente,
cada grupo é especial, no primeiro momento causou-me um estranhamento, mas logo
depois percebi a essência de ser scalabrinianas, conviver com a diversidade. A
abertura do Curso teve início com a Celebração Eucarística, no dia 1º de Maio,
da qual foi nos reforçado o objetivo: Renovar e reforçar a Identidade da Irmã
MSCS através do conhecimento das fontes congregacionais e aprofundamento da
espiritualidade scalabriniana para assim responder com alegria e fidelidade
criativa às exigências do serviço evangélico e missionário aos migrantes.
Passo a passo, fomos
nos entrosando, realizando atividades diversas em grupos, conhecendo os lugares
históricos da Congregação, como o Duomo de Piacenza, o Museu das Irmãs MSCS,
Comunidade e Noviciado de Casaliggio e o Santuário Mariano de Rivergaro, onde o
Beato Scalabrini fez sua última homilia. Foram diversos temas, diversos
assessores (as), cada um deixou seus questionamentos pra nós, vivemos momentos
de partilha da missão, de lazer, tudo nos enriqueceu. O clima sempre foi
agradável, o colorido das flores, tudo esteve ao nosso favor, o tempo foi
precioso, em tudo vi as mãos de Deus. Já não há tempo para instalação.
O tempo da humanidade
é de transição, êxodo, caminho, peregrinação. Continuamos estudo e peregrinação
com destino ao Monte Pena, Milano, Fino Mornasco, Como, Monte Varalo, Arona e
Ilhas Borromeas. Ficamos encantadas com tantas e grandes maravilhas, onde
passaram nosso Fundador e cofundadores, isso nos enriqueceu espiritualmente.
Nossa! Como todos os assessores (as) nos provocaram, foi um patrimônio
espiritual este curso, graças a Deus podemos ser e fazer diferente!
Formadores e FormadorAs participam, em Roma, do Congresso Internacional de 8 a 11 de abril - 2015.
“Que o Filho de Deus já formado em você cresça para se tornar grande.
Ele será para você um sorriso, uma exultação, uma plenitude da alegria que
ninguém lhe poderá tirar”. (Isaac de Stella)
A Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo
Scalabrinianas marcou presença com a participação das Irmãs: Etra Modica
(Itália), Animadora Geral da Formação; Therèse Mushiya Mwamba (África),
Conselheira e Mestra das Noviças-Província São José; Vijaya Stella John Joseph
(Índia) juniorista a Roma; Maria Grace Mirabel (Filipinas), Pastoral
Vocacional, ambas Província Nossa Senhora de Fátima; Ana Paula F. da Rocha
(Brasil), Responsável do Juniorato Congregacional, Acilia/Roma.
O encontro teve o seguinte tema: Formados à vida consagrada no coração
da Igreja e do Mundo. O lema: Viver em Cristo segundo a forma de vida do
Evangelho. O Congresso iniciou com a vigília de oração conduzida pelo cardeal
José Rodriguez Carballo (OFM), secretário da Congregação. Dividido em cinco
sessões de palestras e um seminário, o encontro abordou os aspectos da missão
dos consagrados, à luz de passagens bíblicas, em um mundo cada vez mais
indiferente ao Evangelho. Os formadores eram divididos em pequenos grupos
linguísticos, ao redor de uma mesa, favorecendo a troca de experiências e a
dinâmica de pequenas comunidades, assim denominados pelos moderadores do
Congresso: Padre Amedeo Cencini e Irmã Iolanda Kafka.
O Congresso desenvolveu em forma orante, pois as liturgias eram bem
dinamizadas durante a jornada e, sobretudo, a acolhida da Palavra através da
leitura orante conduzida pela Irmã Nuria C.Benages e Pe.Gargano Innocenzo. A
escuta orante da Palavra é fundamental para a missão do formador e da formadora
na missão de formar-se e “formar” segundo a forma de vida do
Evangelho,
para serem homens e mulheres realmente livres; amadurecer a própria identidade
para poder dialogar com todas as culturas e se tornar, no hoje dos fluxos
migratórios, sinal profético de acolhimento e de comunhão.
As conferências desenvolvidas no congresso insistiram muito na
importância da formação continuada, da formação dos formadores e o
discernimento das motivações vocacionais dos candidatos e candidatas à vida
consagrada. O congresso serviu para
tomar consciência do dom de ser formadora, pois nem sempre é fácil ver a
formação e o ministério de formadores como um dom gratuito de Deus na
evangelização de nossa humanidade.
Partilhando a experiência do Congresso Vida Religiosa Consagrada
“Não ardia o nosso coração quando Ele nos falava no caminho?” (Lc 24,
29). Foi o que cada uma vivenciou ao participar do Congresso da Vida
Consagrada, nos dias 7 a 10 de abril, em Aparecida SP, encontrar com a
diversidade de congregações, muitas manifestações de compromissos, de acolhida
ao amor de Deus. Estavam presentes mais 2.100 religiosas (os) de todo Brasil,
refletindo temas centrais para a vida religiosa, acreditando um no outro, na
vocação e convocados (as) enviados (as) à missão, na riqueza dos carismas e da
intercongregacionalidade.
A experiência do mistério à mistagogia, nos ajuda refletir o sentido da
vida, para que? Dando significado e busca em fazer experiência de Deus, deste
mistério, onde se faz presente o Cristo ressuscitado. Aprofundando a mística de
olhos abertos, com a vida de quem sabe o porquê, vivencia e reinventa o novo e
o como? Isso nos provoca a realizar uma nova experiência.
A partir da esperança para alegria, surgem às oportunidades,
possibilidades e perspectivas para Vida Religiosa Consagrada no mundo
contemporâneo. Ver com olhar mais positivo os desafios e oportunidade- ver e
sentir Deus da vida, mais de perto.
As luzes e esperanças da Vida Religiosa Consagrada na América Latina são
confirmadas na alegria, e na perspectiva de sermos enviados (as) em missão
junto ao povo que necessita de nossa presença e construir o Reino de Justiça de
Fraternidade.
Consagradas
e consagrados caríssimos! Escrevo-vos como Sucessor de Pedro, a quem o Senhor
Jesus confiou a tarefa de confirmar na fé os seus irmãos (cf. Lc 22, 32), e
escrevo-vos como vosso irmão, consagrado a Deus como vós. Juntos, damos graças
ao Pai, que nos chamou para seguir Jesus na plena adesão ao seu Evangelho e no
serviço da Igreja e derramou nos nossos corações o Espírito Santo que nos dá
alegria e nos faz dar testemunho ao mundo inteiro do seu amor e da sua
misericórdia. Fazendo-me eco do sentir de muitos de vós e da Congregação para
os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, por
ocasião do quinquagésimo aniversário da Constituição dogmática Lumen gentium
sobre a Igreja, que no capítulo VI trata dos religiosos, bem como do Decreto
Perfectae caritatis sobre a renovação da vida religiosa, decidi proclamar um
Ano da Vida Consagrada. Terá início no dia 30 do corrente mês de Novembro, I
Domingo de Advento, e terminará com a festa da Apresentação de Jesus no Templo
a 2 de Fevereiro de 2016.
Depois
de ter ouvido a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as
Sociedades de Vida Apostólica, indiquei como objectivos para este Ano os mesmos
que São João Paulo II propusera à Igreja no início do terceiro milénio,
retomando, de certa forma, aquilo que já havia indicado na Exortação
pós-sinodal Vita consecrata: «Vós não tendes apenas uma história gloriosa para
recordar e narrar, mas uma grande história a construir! Olhai para o futuro,
para o qual vos projecta o Espírito a fim de realizar convosco ainda coisas
maiores» (n. 110).
Os objetivos do
Ano da Vida Consagrada -
1.
O primeiro objetivo é olhar com gratidão o passado. Cada um dos nossos
Institutos provém duma rica história carismática. Nas suas origens, está
presente a ação de Deus que, no seu Espírito, chama algumas pessoas para
seguirem de perto a Cristo, traduzirem o Evangelho numa forma particular de
vida, lerem com os olhos da fé os sinais dos tempos, responderem criativamente
às necessidades da Igreja. Depois a experiência dos inícios cresceu e
desenvolveu-se, tocando outros membros em novos contextos geográficos e culturais,
dando vida a modos novos de implementar o carisma, a novas iniciativas e
expressões de caridade apostólica. É como a semente que se torna árvore
alargando os seus ramos. Neste Ano, será oportuno que cada família carismática
recorde os seus inícios e o seu desenvolvimento histórico, para agradecer a
Deus que deste modo ofereceu à Igreja tantos dons que a tornam bela e
habilitada para toda a boa obra (cf. Lumen gentium, 12). Repassar a própria
história é indispensável para manter viva a identidade e também robustecer a
unidade da família e o sentido de pertença dos seus membros. Não se trata de
fazer arqueologia nem cultivar inúteis nostalgias, mas de repercorrer o caminho
das gerações passadas para nele captar a centelha inspiradora, os ideais, os
projetos, os valores que as moveram, a começar dos Fundadores, das Fundadoras e
das primeiras comunidades. É uma forma também para se tomar consciência de como
foi vivido o carisma ao longo da história, que criatividade desencadeou, que
dificuldades teve de enfrentar e como foram superadas. Poder-se-á descobrir
incoerências, fruto das fraquezas humanas, e talvez mesmo qualquer esquecimento
de alguns aspectos essenciais do carisma. Tudo é instrutivo, tornando-se
simultaneamente apelo à conversão. Narrar a própria história é louvar a Deus e
agradecer-Lhe por todos os seus dons. De modo particular, agradecemos-Lhe por
estes últimos 50 anos após o Concílio Vaticano II, que representou uma
«ventania» do Espírito Santo sobre toda a Igreja; graças ao Concílio, de facto,
a vida consagrada empreendeu um fecundo caminho de renovação, o qual, com as
suas luzes e sombras, foi um tempo de graça, marcado pela presença do Espírito.
Que este Ano da Vida Consagrada seja ocasião também para confessar, com
humildade e simultaneamente grande confiança em Deus Amor (cf. 1 Jo 4, 8), a
própria fragilidade e para a viver como experiência do amor misericordioso do
Senhor; ocasião para gritar ao mundo com força e testemunhar com alegria a
santidade e a vitalidade presentes na maioria daqueles que foram chamados a
seguir Cristo na vida consagrada.
2.
Além disso, este Ano chama-nos a viver com paixão o presente. A lembrança
agradecida do passado impele-nos, numa escuta atenta daquilo que o Espírito diz
hoje à Igreja, a implementar de maneira cada vez mais profunda os aspectos
constitutivos da nossa vida consagrada. Desde os inícios do primeiro monaquismo
até às «novas comunidades» de hoje, cada forma de vida consagrada nasceu da
chamada do Espírito para seguir a Cristo segundo o ensinamento do Evangelho
(cf. Perfectae caritatis, 2). Para os Fundadores e as Fundadoras, a regra em
absoluto foi o Evangelho; qualquer outra regra pretendia apenas ser expressão
do Evangelho e instrumento para o viver em plenitude. O seu ideal era Cristo,
aderir inteiramente a Ele podendo dizer com Paulo: «Para mim, viver é Cristo»
(Flp 1, 21); os votos tinham sentido apenas para implementar este seu amor
apaixonado. A pergunta que somos chamados a pôr neste Ano é se e como nos
deixamos, também nós, interpelar pelo Evangelho; se este é verdadeiramente o
«vademecum» para a vida de cada dia e para as opções que somos chamados a
fazer. Isto é exigente e pede para ser vivido com radicalismo e sinceridade.
Não basta lê-lo (e no entanto a leitura e o estudo permanecem de extrema
importância), nem basta meditá-lo (e fazemo-lo com alegria todos os dias);
Jesus pede-nos para pô-lo em prática, para viver as suas palavras. Jesus –
devemos perguntar-nos ainda – é verdadeiramente o primeiro e o único amor, como
nos propusemos quando professamos os nossos votos? Só em caso afirmativo,
poderemos – como é nosso dever – amar verdadeira e misericordiosamente cada
pessoa que encontramos no nosso caminho, porque teremos aprendido d’Ele o que é
o amor e como amar: saberemos amar, porque teremos o seu próprio coração. Os
nossos Fundadores e Fundadoras sentiram em si mesmos a compaixão que se
apoderava de Jesus quando via as multidões como ovelhas extraviadas sem pastor.
Tal como Jesus, movido por tal compaixão, comunicou a sua palavra, curou os doentes,
deu o pão para comer, ofereceu a sua própria vida, assim também os Fundadores
se puseram ao serviço da humanidade, à qual eram enviados pelo Espírito
servindo-a dos mais diversos modos: com a intercessão, a pregação do Evangelho,
a catequese, a instrução, o serviço aos pobres, aos doentes... A inventiva da
caridade não conheceu limites e soube abrir inúmeras estradas para levar o
sopro da Evangelho às culturas e aos sectores sociais mais diversos.O Ano da
Vida Consagrada questiona-nos sobre a fidelidade à missão que nos foi confiada.
Os nossos serviços, as nossas obras, a nossa presença correspondem àquilo que o
Espírito pediu aos nossos Fundadores, sendo adequados para encalçar as suas
finalidades na sociedade e na Igreja actual? Há algo que devemos mudar? Temos a
mesma paixão pelo nosso povo, solidarizamo-nos com ele até ao ponto de
partilhar as suas alegrias e sofrimentos, a fim de podermos compreender
verdadeiramente as suas necessidades e contribuir com a nossa parte para lhes
dar resposta? Como a seu tempo pedia São João Paulo II, «a mesma generosidade e
abnegação que impeliram os Fundadores devem levar-vos a vós, seus filhos
espirituais, a manter vivos os seus carismas, que continuam – com a mesma força
do Espírito que os suscitou – a enriquecer-se e adaptar-se, sem perder o seu
carácter genuíno, para se porem ao serviço da Igreja e levarem à plenitude a
implantação do seu Reino»[1]. Ao recordar as origens, há que evidenciar mais um
componente do projecto de vida consagrada. Os Fundadores e as Fundadoras viviam
fascinados pela unidade dos Doze ao redor de Jesus, pela comunhão que
caracterizava a primeira comunidade de Jerusalém. Cada um deles, ao dar vida à
sua comunidade, pretendeu reproduzir tais modelos evangélicos, formar um só
coração e uma só alma, gozar da presença do Senhor (cf. Perfectae caritatis,
15). Viver com paixão o presente significa tornar-se «peritos em comunhão», ou
seja, «testemunhas e artífices daquele “projecto de comunhão” que está no
vértice da história do homem segundo Deus»[2]. Numa sociedade marcada pelo
conflito, a convivência difícil entre culturas diversas, a prepotência sobre os
mais fracos, as desigualdades, somos chamados a oferecer um modelo concreto de
comunidade que, mediante o reconhecimento da dignidade de cada pessoa e a
partilha do dom que cada um é portador, permita viver relações fraternas. Por isso, sede mulheres e homens de comunhão,
marcai presença com coragem onde há disparidades e tensões, e sede sinal
credível da presença do Espírito que infunde nos corações a paixão por todos
serem um só (cf. Jo 17, 21). Vivei a mística do encontro: a capacidade de ouvir
atentamente as outras pessoas; «a capacidade de procurar juntos o caminho, o
método»[3], deixando-vos iluminar pelo relacionamento de amor que se verifica
entre as três Pessoas divinas (cf. 1 Jo 4, 8) e tomando-o como modelo de toda a
relação interpessoal.
3.
Abraçar com esperança o futuro é o terceiro objetivo que se pretende neste Ano.
Conhecemos as dificuldades que enfrenta a vida consagrada nas suas diversas
formas: a diminuição das vocações e o envelhecimento, especialmente no mundo
ocidental, os problemas económicos na sequência da grave crise financeira
mundial, os desafios da internacionalidade e da globalização, as insídias do
relativismo, a marginalização e a irrelevância social... É precisamente nestas
incertezas, que partilhamos com muitos dos nossos contemporâneos, que se actua
a nossa esperança, fruto da fé no Senhor da história que continua a
repetir-nos: «Não terás medo (…), pois Eu estou contigo» (Jr 1, 8).
A
esperança de que falamos não se funda sobre números ou sobre as obras, mas
sobre Aquele em quem pusemos a nossa confiança (cf. 2 Tm 1, 12) e para quem
«nada é impossível» (Lc 1, 37). Esta é a esperança que não desilude e que
permitirá à vida consagrada continuar a escrever uma grande história no futuro,
para o qual se deve voltar o nosso olhar, cientes de que é para ele que nos
impele o Espírito Santo a fim de continuar a fazer, connosco, grandes coisas.
Não cedais à tentação dos números e da eficiência, e menos ainda à tentação de
confiar nas vossas próprias forças. Com atenta vigilância, perscrutai os
horizontes da vossa vida e do momento actual. Repito-vos com Bento XVI: «Não
vos unais aos profetas de desventura, que proclamam o fim ou a insensatez da
vida consagrada na Igreja dos nossos dias; pelo contrário, revesti-vos de Jesus
Cristo e muni-vos das armas da luz – como exorta São Paulo (cf. Rm 13, 11-14)
–, permanecendo acordados e vigilantes»[4]. Prossigamos, retomando sempre o nosso
caminho com confiança no Senhor. Dirijo-me sobretudo a vós, jovens. Sois o
presente, porque viveis já activamente dentro dos vossos Institutos, prestando
uma decisiva contribuição com o frescor e a generosidade da vossa opção. Ao
mesmo tempo sois o seu futuro, porque em breve sereis chamados a tomar nas
vossas mãos a liderança da animação, da formação, do serviço, da missão. Este
Ano há-de ver-vos protagonistas no diálogo com a geração que vai à vossa
frente; podereis, em comunhão fraterna, enriquecer-vos com a sua experiência e
sabedoria e, ao mesmo tempo, repropor-lhe o ideal que conheceu no seu início,
oferecer o ímpeto e o frescor do vosso entusiasmo, a fim de elaborardes em
conjunto novos modos de viver o Evangelho e respostas cada vez mais adequadas
às exigências de testemunho e de anúncio. Fico feliz em saber que ides ter
ocasiões para vos encontrardes entre vós, jovens dos diferentes Institutos. Que
o encontro se torne caminho habitual de comunhão, de apoio mútuo, de unidade.
As expectativas
para o Ano da Vida Consagrada - Que espero eu, em particular, deste Ano de
graça da vida consagrada?
1.
Que seja sempre verdade aquilo que eu disse uma vez: «Onde estão os religiosos,
há alegria». Somos chamados a experimentar e mostrar que Deus é capaz de preencher
o nosso coração e fazer-nos felizes sem necessidade de procurar noutro lugar a
nossa felicidade, que a autêntica fraternidade vivida nas nossas comunidades
alimenta a nossa alegria, que a nossa entrega total ao serviço da Igreja, das
famílias, dos jovens, dos idosos, dos pobres nos realiza como pessoas e dá
plenitude à nossa vida. Que entre nós não se vejam rostos tristes, pessoas
desgostosas e insatisfeitas, porque «um seguimento triste é um triste
seguimento». Também nós, como todos os outros homens e mulheres, sentimos
dificuldades, noites do espírito, desilusões, doenças, declínio das forças
devido à velhice. Mas, nisto mesmo, deveremos encontrar a «perfeita alegria»,
aprender a reconhecer o rosto de Cristo, que em tudo Se fez semelhante a nós e,
consequentemente, sentir a alegria de saber que somos semelhantes a Ele que,
por nosso amor, não Se recusou a sofrer a cruz. Numa sociedade que ostenta o
culto da eficiência, da saúde, do sucesso e que marginaliza os pobres e exclui
os «perdedores», podemos testemunhar, através da nossa vida, a verdade destas
palavras da Escritura: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12,
10). Bem podemos aplicar à vida consagrada aquilo que escrevi na Exortação
apostólica Evangelii gaudium, citando uma homilia de Bento XVI: «A Igreja não
cresce por proselitismo, mas por atração» (n. 14). É verdade! A vida consagrada
não cresce, se organizarmos belas campanhas vocacionais, mas se as jovens e os
jovens que nos encontram se sentirem atraídos por nós, se nos virem homens e
mulheres felizes! De igual forma, a eficácia apostólica da vida consagrada não
depende da eficiência e da força dos seus meios. É a vossa vida que deve falar,
uma vida da qual transparece a alegria e a beleza de viver o Evangelho e seguir
a Cristo. O que disse aos Movimentos eclesiais, na passada Vigília de
Pentecostes, repito-o aqui para vós também: «Fundamentalmente, o valor da
Igreja é viver o Evangelho e dar testemunho da nossa fé. A Igreja é sal da
terra, é luz do mundo; é chamada a tornar presente na sociedade o fermento do
Reino de Deus; e fá-lo, antes de mais nada, por meio do seu testemunho: o
testemunho do amor fraterno, da solidariedade, da partilha» (18 de Maio de
2013).
2.
Espero que «desperteis o mundo», porque a nota característica da vida
consagrada é a profecia. Como disse aos Superiores Gerais, «a radicalidade
evangélica não é própria só dos religiosos: é pedida a todos. Mas os religiosos
seguem o Senhor de uma maneira especial, de modo profético». Esta é a
prioridade que agora se requer: «ser profetas que testemunham como viveu Jesus
nesta terra (...). Um religioso não deve jamais renunciar à profecia» (29 de
Novembro de 2013). O profeta recebe de Deus a capacidade de perscrutar a
história em que vive e interpretar os acontecimentos: é como uma sentinela que
vigia durante a noite e sabe quando chega a aurora (cf. Is 21, 11-12). Conhece
a Deus e conhece os homens e as mulheres, seus irmãos e irmãs. É capaz de
discernimento e também de denunciar o mal do pecado e as injustiças, porque é
livre, não deve responder a outros senhores que não seja a Deus, não tem outros
interesses além dos de Deus. Habitualmente o profeta está da parte dos pobres e
indefesos, porque sabe que o próprio Deus está da parte deles. Deste modo
espero que saibais, sem vos perder em vãs «utopias», criar «outros lugares»
onde se viva a lógica evangélica do dom, da fraternidade, do acolhimento da
diversidade, do amor recíproco. Mosteiros, comunidades, centros de
espiritualidade, cidadelas, escolas, hospitais, casas-família e todos aqueles
lugares que a caridade e a criatividade carismática fizeram nascer – e ainda
farão nascer, com nova criatividade –, devem tornar-se cada vez mais o fermento
para uma sociedade inspirada no Evangelho, a «cidade sobre o monte» que manifesta
a verdade e a força das palavras de Jesus. Às vezes, como aconteceu com Elias e
Jonas, pode vir a tentação de fugir, de subtrair-se ao dever de profeta, porque
é demasiado exigente, porque se está cansado, desiludido com os resultados. Mas
o profeta sabe que nunca está sozinho. Também a nós, como fez a Jeremias, Deus
assegura: «Não terás medo (...), pois Eu estou contigo para te livrar» (Jr 1,
8).
3.
Os religiosos e as religiosas, como todas as outras pessoas consagradas, são
chamados a ser «peritos em comunhão». Assim, espero que a «espiritualidade da
comunhão», indicada por São João Paulo II, se torne realidade e que vós
estejais na vanguarda abraçando «o grande desafio que nos espera» neste novo
milénio: «fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão»[5]. Estou certo de
que, neste Ano, trabalhareis a sério para que o ideal de fraternidade
perseguido pelos Fundadores e pelas Fundadoras cresça, nos mais diversos
níveis, como que em círculos concêntricos. A comunhão é praticada, antes de
mais nada, dentro das respectivas comunidades do Instituto. A este respeito,
convido-vos a reler frequentes intervenções minhas onde não me canso de repetir
que críticas, bisbilhotices, invejas, ciúmes, antagonismos são comportamentos
que não têm direito de habitar nas nossas casas. Mas, posta esta premissa, o
caminho da caridade que se abre diante de nós é quase infinito, porque se trata
de buscar a aceitação e a solicitude recíprocas, praticar a comunhão dos bens
materiais e espirituais, a correção fraterna, o respeito pelas pessoas mais
frágeis... É «a “mística” de viver juntos» que faz da nossa vida «uma
peregrinação sagrada»[6]. Tendo em conta que as nossas comunidades se tornam
cada vez mais internacionais, devemos questionar-nos também sobre o
relacionamento entre as pessoas de culturas diferentes. Como consentir a cada
um de se exprimir, ser acolhido com os seus dons específicos, tornar-se
plenamente co-responsável? Além disso, espero que cresça a comunhão entre os
membros dos diferentes Institutos. Não poderia este Ano ser ocasião de sair,
com maior coragem, das fronteiras do próprio Instituto para se elaborar em
conjunto, a nível local e global, projectos comuns de formação, de
evangelização, de intervenções sociais? Poder-se-á assim oferecer, de forma
mais eficaz, um real testemunho profético. A comunhão e o encontro entre
diferentes carismas e vocações é um caminho de esperança. Ninguém constrói o
futuro isolando-se, nem contando apenas com as próprias forças, mas
reconhecendo-se na verdade de uma comunhão que sempre se abre ao encontro, ao
diálogo, à escuta, à ajuda mútua e nos preserva da doença da
auto-referencialidade. Ao mesmo tempo, a vida consagrada é chamada a procurar
uma sinergia sincera entre todas as vocações na Igreja, a começar pelos
presbíteros e os leigos, a fim de «fazer crescer a espiritualidade da comunhão,
primeiro no seu seio e depois na própria comunidade eclesial e para além dos
seus confins»[7].
4.
Espero ainda de vós o mesmo que peço a todos os membros da Igreja: sair de si
mesmo para ir às periferias existenciais. «Ide pelo mundo inteiro» foi a última
palavra que Jesus dirigiu aos seus e que continua hoje a dirigir a todos nós
(cf. Mc 16, 15). A humanidade inteira aguarda: pessoas que perderam toda a
esperança, famílias em dificuldade, crianças abandonadas, jovens a quem está
vedado qualquer futuro, doentes e idosos abandonados, ricos saciados de bens
mas com o vazio no coração, homens e mulheres à procura do sentido da vida,
sedentos do divino... Não vos fecheis em vós mesmos, não vos deixeis asfixiar
por pequenas brigas de casa, não fiqueis prisioneiros dos vossos problemas.
Estes resolver-se-ão se sairdes para ajudar os outros a resolverem os seus
problemas, anunciando-lhes a Boa Nova. Encontrareis a vida dando a vida, a
esperança dando esperança, o amor amando.
De
vós espero gestos concretos de acolhimento dos refugiados, de solidariedade com
os pobres, de criatividade na catequese, no anúncio do Evangelho, na iniciação
à vida de oração. Consequentemente almejo a racionalização das estruturas, a
reutilização das grandes casas em favor de obras mais cônsonas às exigências
atuais da evangelização e da caridade, a adaptação das obras às novas
necessidades.
5.
Espero que cada forma de vida consagrada se interrogue sobre o que pedem Deus e
a humanidade de hoje. Os mosteiros e os grupos de orientação contemplativa
poderiam encontrar-se entre si ou conectar-se nos mais variados modos, para
trocarem entre si as experiências sobre a vida de oração, o modo como crescer
na comunhão com toda a Igreja, como apoiar os cristãos perseguidos, como
acolher e acompanhar as pessoas que andam à procura duma vida espiritual mais
intensa ou necessitam de um apoio moral ou material. O mesmo poderão fazer os
Institutos caritativos, dedicados ao ensino, à promoção da cultura, aqueles que
estão lançados no anúncio do Evangelho ou desempenham particulares serviços
pastorais, os Institutos Seculares com a sua presença capilar nas estruturas
sociais. A inventiva do Espírito gerou modos de vida e obras tão diferentes que
não podemos facilmente catalogá-los ou inseri-los em esquemas pré-fabricados.
Por isso, não consigo referir cada uma das inúmeras formas carismáticas. Mas,
neste Ano, ninguém deveria subtrair-se a um sério controle sobre a sua presença
na vida da Igreja e sobre o seu modo de responder às incessantes e novas
solicitações que se levantam ao nosso redor, ao clamor dos pobres. Só com esta
atenção às necessidades do mundo e na docilidade aos impulsos do Espírito é que
este Ano da Vida Consagrada se tornará um autêntico kairòs, um tempo de Deus
rico de graças e de transformação.
Os horizontes do
Ano da Vida Consagrada
1)Com
esta minha carta, além das pessoas consagradas, dirijo-me aos leigos que, com
elas, partilham ideais, espírito, missão. Alguns Institutos religiosos possuem
uma antiga tradição a tal respeito, outros uma experiência mais recente. Na
realidade, à volta de cada família religiosa, bem como das Sociedades de Vida
Apostólica e dos próprios Institutos Seculares, está presente uma família
maior, a «família carismática», englobando os vários Institutos que se
reconhecem no mesmo carisma e sobretudo os cristãos leigos que se sentem
chamados, precisamente na sua condição laical, a participar da mesma realidade
carismática. Encorajo-vos também a vós, leigos, a viver este Ano da Vida
Consagrada como uma graça que pode tornar-vos mais conscientes do dom recebido.
Celebrai-o com toda a «família», para crescerdes e responderdes juntos aos
apelos do Espírito na sociedade actual. Em determinadas ocasiões, quando os
consagrados de vários Institutos se reunirem uns com os outros neste Ano,
procurai estar presente também vós como expressão do único dom de Deus, a fim
de conhecer as experiências das outras famílias carismáticas, dos outros grupos
de leigos e assim vos enriquecerdes e sustentardes mutuamente.
2.
O Ano da Vida Consagrada não diz respeito apenas às pessoas consagradas, mas à
Igreja inteira. Assim dirijo-me a todo o povo cristão, para que tome cada vez
maior consciência do dom que é a presença de tantas consagradas e consagrados,
herdeiros de grandes Santos que fizeram a história do cristianismo. Que seria a
Igreja sem São Bento e São Basílio, sem Santo Agostinho e São Bernardo, sem São
Francisco e São Domingos, sem Santo Inácio de Loyola e Santa Teresa de Ávila,
sem Santa Ângela Merícia e São Vicente de Paulo? E a lista tornar-se-ia quase
infinita, até São João Bosco, a Beata Teresa de Calcutá. O Beato Paulo VI
afirmava: «Sem este sinal concreto, a caridade que anima a Igreja inteira
correria o risco de se resfriar, o paradoxo salvífico do Evangelho de se
atenuar, o “sal” da fé de se diluir num mundo em fase de secularização»
(Evangelica testificatio, 3). Por isso, convido todas as comunidades cristãs a
viverem este Ano, procurando antes de mais nada agradecer ao Senhor e,
reconhecidas, recordar os dons que foram recebidos, e ainda recebemos, por meio
da santidade dos Fundadores e das Fundadoras e da fidelidade de tantos
consagrados ao seu próprio carisma. A todos vos convido a estreitar-vos ao
redor das pessoas consagradas, rejubilar com elas, partilhar as suas
dificuldades, colaborar com elas, na medida do possível, para a prossecução do
seu serviço e da sua obra, que são aliás os da Igreja inteira. Fazei-lhes
sentir o carinho e o encorajamento de todo o povo cristão. Bendigo o Senhor
pela feliz coincidência do Ano da Vida Consagrada com o Sínodo sobre a família.
Família e vida consagrada são vocações portadoras de riqueza e graça para
todos, espaços de humanização na construção de relações vitais, lugares de
evangelização. Podem-se ajudar uma à outra.
3.
Com esta minha carta, ouso dirigir-me também às pessoas consagradas e aos
membros de fraternidades e comunidades pertencentes a Igrejas de tradição
diversa da católica. O monaquismo é um património da Igreja indivisa, bem vivo
até agora quer nas Igrejas ortodoxas quer na Igreja católica. Nele bem como nas
sucessivas experiências do tempo em que
a Igreja do Ocidente ainda estava unida, se inspiram iniciativas análogas
surgidas no âmbito das Comunidades eclesiais da Reforma, tendo estas continuado
a gerar no seu seio novas expressões de comunidades fraternas e de serviço. A
Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida
Apostólica tem em programa iniciativas para fazer encontrar os membros
pertencentes a experiências de vida consagrada e fraterna das diversas Igrejas.
Encorajo calorosamente estes encontros, para que cresça o conhecimento mútuo, a
estima, a cooperação recíproca, de modo que o ecumenismo da vida consagrada
sirva de ajuda para o caminho mais amplo rumo à unidade entre todas as Igrejas.
4.
Não podemos esquecer também que o fenómeno do monaquismo e doutras expressões
de fraternidade religiosa está presente em todas as grandes religiões. Não
faltam experiências, mesmo consolidadas, de diálogo inter-monástico da Igreja
católica com algumas das grandes tradições religiosas. Faço votos de que o Ano
da Vida Consagrada seja ocasião para avaliar o caminho percorrido, sensibilizar
as pessoas consagradas neste campo, questionar-nos sobre os novos passos a dar
para um conhecimento recíproco cada vez mais profundo e uma colaboração
crescente em muitos âmbitos comuns do serviço à vida humana. Caminhar juntos é
sempre um enriquecimento e pode abrir caminhos novos nas relações entre povos e
culturas que, neste período, aparecem carregadas de dificuldades.
5.
Por fim dirijo-me, de modo particular, aos meus irmãos no episcopado. Que este
Ano seja uma oportunidade para acolher, cordial e jubilosamente, a vida
consagrada como um capital espiritual que contribua para o bem de todo o corpo
de Cristo (cf.Lumen gentium, 43) e não só das famílias religiosas. «A vida
consagrada é dom feito à Igreja: nasce na Igreja, cresce na Igreja, está
totalmente orientada para a Igreja»[8]. Por isso, enquanto dom à Igreja, não é
uma realidade isolada ou marginal, mas pertence intimamente a ela, situa-se no
próprio coração da Igreja, como elemento decisivo da sua missão, já que exprime
a natureza íntima da vocação cristã e a tensão de toda a Igreja-Esposa para a
união com o único Esposo; portanto «está inabalavelmente ligada à sua vida e
santidade» (Ibid., 44). Neste contexto,
convido-vos, a vós Pastores das Igrejas particulares, a uma especial solicitude
em promover nas vossas comunidades os diferentes carismas, tanto os históricos
como os novos carismas, apoiando, animando, ajudando no discernimento,
acompanhando com ternura e amor as situações de sofrimento e fraqueza em que se
possam encontrar alguns consagrados, e sobretudo esclarecendo com o vosso
ensino o povo de Deus sobre o valor da vida consagrada, de modo a fazer
resplandecer a sua beleza e santidade na Igreja. A Maria, Virgem da escuta e da contemplação,
primeira discípula do seu amado Filho, confio este Ano da Vida Consagrada. Para
Ela, filha predileta do Pai e revestida de todos os dons da graça, olhamos como
modelo insuperável de seguimento no amor a Deus e no serviço do próximo.
Agradecido desde já, com todos vós, pelos dons de graça e de luz com que o
Senhor quiser enriquecer-nos, acompanho-vos a todos com a Bênção Apostólica.
Vaticano, 21 de Novembro – Festa da Apresentação de Maria do ano 2014. Francisco
Curso de Teologia Pastoral
Irmãs Lediomara e Edilene( junioristas 3ºano)
“Pegue sua Bíblia e a sua veste, tem lugar para todo mundo.
A Amazônia é fonte de vida, acolhe a todos/as em seu coração.”
(Pe. Faustino – Rumo ao 12º Intereclesial)
Como grupo, agradecemos Ir. Maria
Poffo e Ir. Sadi Cella, novos coordenadores do curso, por sua presença
integral, dedicação e apoio ao longo dessas três semanas. E estendemos também
nosso agradecimento ao Ir. João Gutemberg, Ir. Miriam Spezia e Ir. Adriana
Bello, que coordenaram o curso com muito carinho e intensidade até então.
PROFUNDAMENTE AGRADECIDAS
Seguimos a peregrinação à Piacenza,
tudo era “emocionante” e as expectativas aumentavam. O encontro com as Irmãs da
casa Provincial, Ir. Lina Guzzo, conselho e irmãs das comunidades, pela
calorosa e fraterna acolhida e acompanhamento durante o curso todo, às quais
somos muito agradecidas. O mesmo dizemos da Irmã Analita Candaten, coordenadora
do curso: 10 com K!
O estudo e reflexão dos temas foi acompanhado
com peregrinações para os montes e
vales, onde nosso Fundador, co-fundadores, nosso Padroeiro e os migrantes deixaram
marcas carismáticas na sua caminhada missionária e ministerial. Essa
experiência do‘”vinde e vede”, unindo estudo e prática, nunca esqueceremos.
Hoje essa missão.... está confiada a nós!
Dizer que ficamos emocionadas não
basta. Sentimos o apelo e ficamos tocadas pelo Espírito de Deus, a continuarmos
a missão, no dia-a-dia de nossa vida e continuarmos a formação, com uma
profunda conversão e renovação de vida, renovando o ardor pela identidade com
Jesus Cristo peregrino, em nossa vida consagrada como irmã MSCS.
Fizemos a experiência de ser
migrante entre tantos migrantes em terra estranha . Sentir a
alegria da acolhida e ao mesmo tempo a saudade da própria terra. Foram 40 dias
intensos de graça, de novidades, de belezas naturais e de história. Demos graças a Deus, a
Congregação e a Província por esta oportunidade.
Nosso abraço: Irs.
Jandira Dametto,mscs e Zita Morandi,mscs
Quão grande Senhor são as obras de suas mãos!
A Comunidade
Sagrado Coração de Jesus, Manaus-AM celebra juntamente com a comunidade dos
Padres Scalabrinianos a memória dos 107 anos de morte
do Fundador João Batista Scalabrini e os 50 anos de Vida Religiosa de Ir. Armelinda Smaniotto.
A noite do dia 1º seguiu reunindo no salão da Paróquia irmãs, padres e
leigos para juntos comemorarmos o tempo
de doação de Ir. Armelinda.
Ir. Armelinda
Smaniotto,
HÁ 50 ANOS
TUDO É GRAÇA!
OBRIGADO SENHOR!
No dia 11 de setembro de 2011, em Nova Pádua, RS, celebrei com meus irmãos e familiares o Jubileu de Vida Religiosa Consagrada. Momento de “ação de graças” de alegria e entusiasmo pela vida religiosa consagrada como missionária de São Carlos Borromeo – Scalabriniana.
Celebrar os meus 50 anos de VRC, no Ano Vocacional Congregacional, significou novo encantamento e entusiasmo e, intensificou a vivência do meu projeto vocacional para um contínuo crescimento humano e espiritual.Ao Deus da vida meu obrigado! E aos meus familiares gratidão e carinho pela demonstração de tão grande amor.
Ir. Maria Tonello, mscs
Comunidade Cristo Migrante- Naviraí-MS
FINAL DE UM NOVO COMEÇO
Ir. Irma Caser,mscs
Comunidade Cristo Rei- Caldas Novas-GO
Estamos vivendo o final de um novo começo: o Ano Vocacional Congregacional.
Que maravilha! Fui escolhida, chamada para reavivar o dom que está em mim.
Esse dom, esses dons são dádivas para ofertar ao outro, o mais vezes , para a Irmã de minha comunidade ou para a irmão migrante mais necessitado.
Mas, a quanto tempo o Pai me escolheu, chamou? Quem sabe a cinco, vinte, cinqüenta anos?
É muito tempo... Mas, esse tempo é tempo que acontece a todo instante. Muitos são os chamados e o Pai não admite desculpas.
Vai uma sugestão, que pode acontecer agora, amanhã, no próximo retiro, ou... o que importa é a sua resposta, lá no seu íntimo, no mais íntimo do seu ser.
Como você vive administra, no seu dia a dia, os dons, os presentes, as qualidades que você foi agraciada pelo Pai?
A Palavra de Deus nos diz de que há um tempo para tudo. Nossa Província quer nos proporcionar mais um tempo a fim de degustarmos, saborearmos de forma concreta, vivencial, plena de amor, a Palavra de Deus, em 2 Tm. 1-6.
Vamos aproveitar o final de um novo começo?
Para bem iniciar esse novo começo, vai uma sugestão que se encontra no livro: Auto Estima, de Maria Cristina Shochi- Ed. Vozes.
A auto estima não existe em si mesma, ela é adquirida.
Para conquistar uma maior auto-estima, a sugestão é trabalhar quatro características: Apreço de si;Aceitação de si;O afeto sincero em relação a si mesmo; Atenção às próprias necessidades;
Durante o processo de viver, é possível nos separarmos de nossa auto-estima. Podemos perder a imagem que temos de nós mesmos ou assimilar mensagens negativas que vem do outro ou por causa da nossa omissão em relação à honestidade e responsabilidade própria.
É bom pensar nos sucessos que alcançamos na vida e nas qualidades que os levaram a bom termo.
Obrigada pelo que você é!
Poesia: Somos Chamadas
Érica Ortiz Borges da Silva
Noviça-Campo Grande-Ms\Brasil
Eis que somos chamadas,
A acolhida do novo
Ofertamos nossa disposição
Em reavivar nossa vocação.
No mais profundo está
A vontade de continuar rumo ao novo
Sem o fundamental deixar.
Scalabrini com o coração aquecido
Pela presença do Espírito
Disse sim a sua missão
De acolher e servir aos imigrantes
Que chegaram neste chão.
Brasil terra verde, terra mãe
Que não só gera, mais adota
“Eis que estou à porta e bato”(Ap3,20)
“Eis que estou à porta e abro”
Nasceu uma esperança
Noviciado Jesus de Nazaré-Campo Grande-Ms\Brasil
Do sim de Madre Assunta e Pe. Marchetti
Que chegaram para servir
IRMÃS, VOCACIONADAS E LEIG@S CELEBRAM ANO VOCACIONAL
Irmãs da Comunidade Cristo Migrante – Naviraí,MS,
Comunidade João Batista Scalabrini-Dourados-MS
celebraram no dia 13 de novembro, o encerramento do Ano Vocacional Congregacional
-“Reaviva o dom de Deus que há ti”.Participaram as Irmãs: Adélia Werner e Teresinha Morandi da Comunidade João Batista Scalabrini,Irmãs Jandira; Lediomara; Maria Tonello e Marcolina de Naviraí, os missionários leigos Scalabrinianos-MLS, equipe da pastoral dos migrantes, jovens vocacionadas e amigas
Irmãs das comunidade Navirai e Dourados vocacionadas e Leigos |
Na oportunidade, comemoraram os 116 anos
de Fundação da Congregação,
a festa do Protetor São Carlos Borromeo,
14 anos da beatificação de João Batista Scalabrini
fundador da Congregação e o reconhecimento pela Congregação das Causas dos Santos, das Virtudes Heróicas de Madre Assunta Marchetti.
Houve partilha, reflexão, celebração e vivência da história Congregacional,da espiritualidade Scalabriniana, inspiradas na palavra de Jesus move o coração de quem migra : “Eu era peregrino e me acolheste”
.
Agradecendo a Deus, pela missão que realizamos com os irmãos e irmãs migrantes.
ANO VOCACIONAL- Faz interpelações de ficar com o Senhor
“Eu te exorto a reavivar o Dom de Deus que há em t i”(2Tm 1.6)
Gleiciane Matos Gomes, Noviça
Noviciado Jesus de Nazaré, Campo Grande-MS\Brasil.
Refletir sobre o Dom é refletir sobre o que me move: chama\força\espírito.
Quando sou convidada a reavivar algo, significa que isto já havia antes.O que havia de aceso em mim antes de São Paulo me fazer esta interpelação? Por que ele me faz tal advertência?
Descobri que a motivação que eu tinha não estava tendo a mesma intensidade que antes, muitos eram os meios que me proporcionavam tal desanimo. Primeiro começou com a oração, depois a convivência comunitária e outras situações que refletiam em mim e nas relações com as pessoas. O ano vocacional está possibilitando um novo discernimento diante da minha opção de vida, um novo encontro comigo e com o autor de minha vocação. Santa Clara em suas mensagensdiz: “Não perca de vista seu ponto de partida”.Reavivar esta chama que está dentro de mim, é voltar ao meu primeiro Amor, que surgiu a partir de uma experiência que às vezes não consigo explicar.
E voltar ao primeiro amor não é simplesmente lembra-lo, mas vivencia-lo novamente. Como os discípulos de Emaús, peço : “ Fica Comigo Senhor” .
O cartaz do ano vocacional(Ir. Elda B.) traz uma reflexão muito clara sobre o grande significado da cruz. Cruz muito amada pelo Nosso Fundador João Batista Scalabrini, que sofrendo as últimas consequências da missãocolocava tudo junto aos sofrimentos de Jesus e com Jesus . E esta mesma cruz fui chamada a abraçar, não renunciá-la, mas encarná-la, amá-la e tudo por Ele. E esta espiritualidade me deixa mais tranqüila, não ausente de sofrimentos, mas os acolho, pois eles fazem parte do plano de Deus.
Descobri também o grande segredo da perseverança na busca de reavivar o Dom. Só persevero se tenho Fé de que fui muito amada no mais íntimo do coração de Deus e que é Ele quem me chamou a esta missão. Não é por acaso, sendo assim, agirei segundo o Espírito, é Ele o guia, mesmo que eu não queira.
Acredito que esse projeto é de Deus? Acreditando serei feliz, pois minhas convicções e motivações vão além de meus interesses. O mais interessante é que isso está me trazendo uma maior maturidade pessoal, espiritual e vocacional, vejo a grande graça do Senhor em minha vida. E Ele disse que estaria comigo até o fim, eu creio muito nisso. Ele sabe o quanto o busco todos os dias,o quanto choro e quanto rio por causa D’ele, só por Ele.
Obrigado meu amado Deus, por me possibilitar encontros contigo, através de gestos de amor que se faz oração. Ò minha Santa Terezinha continue fazendo crescer em mim a grande convicção de Amor, imitando a sua grandeza, “Nada é pequeno quando é feito com amor”.
Obrigado meu amado por esta possibilidade. Com Amor,
A proposta de acolher, compreender e vivenciar o sentido do Ano Vocacional Scalabriniano foi para mim um incentivo que se manifestou em diferentes momentos, de diferentes modos. Na escuta da Palavra deixei-me invadir por Ele, por seu amor fortalecendo a minha fé. Entreguei-me como sinal de adesão intensa e pessoal a Cristo. Os diálogos edificantes e testemunhos surpreendentes possibilitaram um contato mais próximo da realidade de cada uma de nós, noviças e irmãs.
Senti que a nossa comunidade do noviciado Jesus de Nazaré conseguiu até o momento sustentar e fazer a experiência eficaz que a ocasião pede no cotidiano.
Todo aprofundamento ajudou a reavivar em mim o espírito que anima a buscarformas criativas de fidelidade e de resposta concretas ao carisma scalabriniano.
Percebi que se faz necessário ser audaciosa para responder aos desafios pertinentes da mobilidade no aspecto territorial e vocacional.
Ao decidir como preparar cada celebração, inspiradas pela ação do Espírito Santo empregamos desde o início: entusiasmo, vontade e todo conhecimento adquirido nesse tempo de formação e experiência de Deus.Pois, vimos que cada acontecimento requeria ações concretas, simbolizadas por mãos organizadas, com a intenção de abrir espaços, motivar os jovens a querer descobrir e cultivar a sua vocação.
Juntas anunciamos: Jovem, Deus acredita em Ti! Acreditamos e sentimos que houve comunicação. Pude repetir com maior autenticidade e convicção “Eis-me aqui, envia-me”.
Somente ouvidos atentos, olhos abertos e coração ardente permitem ao amor ser mais forte e tão entusiasta possibilitando redescobrir o caminho da busca. É Deus que mais uma vez chama: “Não foste vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e designei para ides produzir frutos e para que vosso fruto permaneça” (Jo 15, 17)
Como Noviça Scalabriniana me pergunto: que proposta tenho feito para os jovens? Será que lhes proporciono sentir o que estou vivendo como opção de vida? Como resposta percebi que os jovens atualmente vivem experiências religiosas, mas vivem do seu jeito, no seu mundo. É tempo de estar com eles. Permitir aos mesmos sentirem verdadeiras experiências de fé. Vejo que não basta investir em folders ilustrados, caríssimos se falta o testemunho: o “ser”.
Peço ao Senhor que através do seu Espírito guiou e acompanhou com amor e fidelidade os seus discípulos, que me ajude a continuar vivendo esse tempo de graça, mesmo constatando limites, reconheço os avanços e esperanças. Eis uma vida que se doa com gratuidade!
Fazer memória da minha história vocacional, das vivências que marcaram a minha caminhada é retomar ao próprio manancial da vida, no qual se nutre o fervor dessa opção: Jesus Cristo.
Em unidade e preces, Monica Aparecida F. Curado
Noviça - Campo Grande-MS
ANO VOCACIONAL CONGREGACIONAL SCALABRINIANO
“Por este motivo o convido a reavivar o dom
De Deus que está em ti “... (2Tm 1,6)
Busquei vivenciar este ano vocacional como um momento de revitalizar as energias do chamado/ da vocação presente em cada uma de nós formandas e irmãs.
Com o passar do tempo a impressão que tenho é que na caminhada que vamos realizando as energias vão sendo consumidas e o dom que nos é concedido já não é mais novidade a cada dia, mas se torna algo rotineiro, corriqueiro. Muitas vezes esquecemo-nos de ser mais grata para com o nosso criador que nos concedeu esta dádiva, esta graça do chamado, então fazemos da nossa vocação simplesmente um serviço, ou seja, somos vocacionadas para o fazer e não para o ser.
Acredito que a Congregação pensou, refletiu esta proposta para percebermos como anda o nosso Espírito vocacional, estamos conscientes que é preciso reanimar as nossas forças e nossa opção? A final de contas é este Espírito renovado que precisamos repassar para as vocações futura, é necessário transmitir um testemunho autêntico.
Ceyla N. Prado-Noviça
Noviciado Jesus de Nazaré
Campo Grande, MS\Brasil
|
O dom que tenho é o mesmo? Ou cresceu e se transformou? Ou ainda fixou-se?
Sabemos que a motivação para a VRC precisa permanecer constante e atuante, mas este Espírito precisa ser renovado diariamente, continuamente.
Contudo, vivenciar este ano vocacional congregacional scalabriniano foi um despertar para que eu repensasse os passos que estou dando e as motivações que está me guiando.
Todavia confirma para nós que há um dom de Deus presente e atuante e precisa agir arduamente em nossos corações e em nossas vivencias e isso não deve tornar-se uma rotina, mas, é preciso ser reavivado porque está impregnado em nós.
Comunidade Sagrado Coração de Jesus –Manaus –AM
“...reaviva o dom de Deus que há em teu coração.”
Ir.Arceolidia /Voc. Ioneida e Ir.Rosa Maria |
Ø no mês de março nos dias 19 a 21 o despertar vocacional refletindo-se o tema: Dimensão humana e Cristã estiveram presentes 80 jovens da Arquidiocese de Manaus. A partir deste, originaram encontros formativo mensais com as jovens para acompanhamento vocacional, na Paróquia Santa Monica.
Ø na Paróquia Nossa Senhora da Saúde- Juruti – Prelazia de Óbidos-PÁ. realizou-se encontro com os jovens estudantes da comunidade Santo Antônio – Ingrácia - PA. Refletiu-se tema da vocação e compromisso comunitário, caminho do cristão e conhecimento através das visitas as famílias das jovens vocacionadas.
Ø no dia 19 de junho realizou-se retiro espiritual,aprofundando o tema: Discípulos Missionários, segundo Documento de Aparecida, estiveram presente 17 jovens estudantes do colégio Bom Pastor.
Ø na Arquidiocese de Manaus, pela realização do Iº Congresso Vocacional. Com objetivo de reavaliar a caminhada vocacional local na ótica do ver, julgar e agir, a partir do Plano de Evangelização da Arquidiocese de Manaus. Com objetivo de celebrar a caminhada Igreja, avançar na reflexão em busca de uma compreensão ampla e aberta, aprofundando ao compromisso de todos os batizados animar as vocações na perspectiva do discipulado e da missionariedade.
Irmãs Osani e Arceolidia encontro de Jovens |
Estas e outras atividades foram complementando a nossa opção de vida. Estamos convencidas de que o encontro com a pessoa de Jesus Cristo, plenifica a nossa vida e nos ajuda a perseverar na vocação Scalabriniana, de servir o povo em mobilidade.
Afirmamos que frente aos desafios da missão urge a necessidade de aprofundar a vivência da mística e da espiritualidade Scalabriniana, que o ano vocacional convocou para fortalecer o nosso testemunho do amor fraterno e das atividades missionárias realizados no seguimento e na configuração a Jesus Cristo .
Irmãs da Comunidade Sagrado Coração
De Jesus- Manaus- Ano 2011
CELEBRAÇÃO DO ANO VOCACIONAL
“Reaviva o dom de Deus que há em ti.” (Rm 1.6)
Em comunhão com o convite no sentido de reavivar o Dom da Consagração-Missão Scalabriniana, a Comunidade João Batista Scalabrini de Dourados, Mato Grosso do Sul, vivenciou os seguintes momentos:
Irmãs e Lideranças no encontro. |
· Dia 27 de novembro de 2010, durante o Seminário Diocesano de estudo e preparação da Campanha da Fraternidade 2011, com representantes de todas as paróquias da Diocese de Dourados, realizou-se o lançamento do Ano Vocacional.
· Dia 29 de maio de 2011, junto à Assembléia Anual da Conferência dos Religiosos do Brasil-CRB, núcleo de Dourados, a celebração eucarística com a festividade do Jubileu de Ouro de Adélia Werner. Houve divulgação do Carisma da Congregação e do Ano Vocacional, com a presença das Irmãs do regional da Superiora Provincial eleita Irmã Glória Dal Pozzo.
· Dia 29 de maio de 2011, participação da celebração eucarística na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Dourados, divulgação do Ano Vocacional e do Carisma Congregacional.
· Dia 30 de maio de 2011, encontro das comunidades do Mato Grosso do Sul (Campo Grande, Naviraí e Dourados), com a presença da Irmã Glória Dal Pozzo e Irmã Rosane Costa Rosa, coordenadora do serviço de animação vocacional na província, para manhã de espiritualidade e convivência, partilha de vida e lazer.
· Dia 30 de maio de 2011, durante a celebração eucarística na Paróquia São José, em Dourados, participação das Irmãs, projeção de slides, divulgação do Carisma e Ano Vocacional, com testemunho de vida da jubilanda.
· Dia 31 de maio de 2011, realizou-se atividades com adolescentes e jovens na Escola Municipal Prefeito Luiz Antônio Álvares Gonçalves, no Jardim Novo Horizonte, Dourados-MS. Além de projeção de slides, palestra sobre vocação e Carisma, falou-se do Ano Vocacional com o testemunho pessoal de vida da jubilanda.
· Dia 31 de maio de 2011, na Paróquia Bom Jesus, Dourados-MS, as Irmãs da comunidade e a animadora vocacional da província participaram da celebração eucarística divulgando o Carisma da Congregação e falando do Ano Vocacional.
· Nos dias 14 a 17 de julho de 2011, realizou-se triduo vocacional com divulgação do Carisma e Ano Vocacional, na Vila Ely, Farroupilha-RS, em preparação à celebração do Jubileu de Ouro de Irmã Adélia Werner junto à comunidade e família.
Ano Vocacional - Comunidade Carlista Scalabriniana
Ji-Paraná, RO - Brasil
o O ano Vocacional na Comunidade foi um motivo de deixar-nos conduzir pelo Mestre e Pastor, em caminhos novos com o compromisso missionário de sermos sal e luz. Intensificamos ações que propiciaram encontros pessoais e comunitários, estimulando a sermos ousadas e cheias de esperança num projeto de fraternidade. Desenvolvemos atividades nas comunidades, junto às crianças, adolescentes, jovens e grupos de estudantes, numa semana de reflexão e atividades relacionadas a temas vocacionais, ressaltando sempre o carisma Scalabriniano, culminando com a celebração Eucarística, partilha de experiências de vida matrimonial de um casal, de um sacerdote e uma religiosa.
o A comunidade motivada e comprometida pelo espírito fraterno, sentiu que o ano vocacional deverá ter a sua continuidade e desta forma, qualificar o nosso Ser Consagradas, para respondermos aos desafios da missão que a Igreja nos confiou, o serviço missionário junto aos migrantes, imigrantes, retornados e refugiados.
Ir. Maria de Ramos Guimarães, mscs
Animadora Vocacional da
Comunidade Carlista Scalabriniana
Irmã Ana Maria Delazeri,mscs
Comunidade João Batista Scalabrini, Dourados-MS
VIVER INTENSAMENTE O DOM DE DEUS – VOCAÇÃO E ENVIO
Irmã Rosane Costa Rosa,mscs
Animadora Vocacional da Província
Maria, Mãe dos Migrantes – Várzea Grande -MT
Viver intensamente o Dom de Deus, através das experiências de vida e de fé, vai nos fortalecendo na vocação. Mas o que nos une é a Missão, que Deus nos confiou e pela qual, construímos na fidelidade do amor do Pai, junto ás pessoas em mobilidade.
Na missão o qual fomos chamadas, somos convidadas a viver o seguimento de Jesus Cristo, o peregrino do Pai.
Jesus Cristo não veio para ser adorado, veio para ser seguido. Ele vai passando... sabe onde chegar... Ele e o caminho, a verdade e a vida. Mestre, onde moras? Vinde e vede! Jesus Cristo não nos chama para a renúncia, ELE nos chama para dar frutos.
A igreja proclama em seu documento Lumem Genthiun, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias” das mulheres e dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e necessitasos, em nosso caso dos migrantes, de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos e discipulas de Cristo. Na missionária Scalabriniana, essa realidade encontra eco no seu coração, compreende as culturas e é capaz de entrar no mundo do outro acolhê-lo e serví-lo, participa de seus sofrimentos e alegrias, problemas e esperanças.
Irmãs obrigada pelo dom da vocação de cada uma, que somando, sentimo-nos fortalecidas nessa caminhada de partilha n mesmo dom que Deus nos presenteou a vocação e a missão.
Demos graças a Deus por tudo, pela oportunidade de experienciar sua presença e seu amor em nossas vidas.
Obrigado Senhor!
Irmãs no momento de sua renovaçao dos Conselhos Evangélicos. |
A Província Maria Mãe dos Migrantes,
celebra com alegria o
JUBILEU DE VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA
Irmã Irma Caser - 60 anos,
Irmãs Adélia Werner, Maria Tonello - 50 anos,
Irmã Dinair Pereira Xavier- 25 anos.
Celebraçõ das Bodas de Prata de Ir.Dinair |
Foram vários momentos significativos que marcaram profundamente a vida das Irmãs, de suas famílias, das comunidades eclesiais e da Congregação. No dia 05 de Julho foi o marco de Louvor e Agradecimento pela caminhada Vocacional das Jubilandas com todas as Irmãs da Província, que motivou ainda mais a "reavivar o dom de Deus que está em cada um de nós" (cf 2Tm1,6). Outras celebrações muito
fraternas e de Jubilo foram celebradas nas comunidades onde as irmãs exercem sua missão o onde as familias das irmãs participam. Parabéns Irmãs!